A expansão do lince-ibérico para o norte da Península Ibérica é uma das chaves para garantir o futuro desta espécie única no mundo, que conta já com mais de 2.000 exemplares na natureza.
Castilla y León é um dos territórios onde a sua reintrodução está a ser considerada e, para informar a população sobre os benefícios e desafios colocados pela presença do lince, a Junta de Castilla y León realizou esta semana sessões de informação nas quais o LIFE Iberconejo também participou.
O território de Castilla y León albergava, há menos de um século, populações de lince ibérico, que desapareceram devido a fatores como a mortalidade não natural e o declínio das populações de coelho. Para falar sobre o papel vital do lagomorfo na conservação do felino, o diretor do LIFE Iberconejo, Ramón Pérez de Ayala, participou nas conferências organizadas em Palência e Zamora nos dias 11 e 12 de junho.
Pérez de Ayala explicou que os coelhos constituem entre 90 e 100% da dieta do lince ibérico e que, quando a densidade de coelhos é baixa, a produtividade das fêmeas de lince diminui no ano seguinte: por outras palavras, menos coelhos significa menos crias.
A conferência contou também com a presença de proprietários rurais e caçadores de zonas de recuperação do lince ibérico, como os Montes de Toledo, que explicaram os desafios e os benefícios da presença do felino: por exemplo, a regulação das populações de mesocarnívoros ou o desenvolvimento do turismo de observação da natureza.
As áreas pré-selecionadas para a reintrodução da espécie em Castilla y León são os Cañones del Duero, em Zamora, e o Cerrato, em Palência, onde existem grandes áreas de habitat adequado para o lince e uma elevada densidade de coelhos, com base nos critérios estabelecidos pelo LIFE Lynxconnect.
Organizadas pela Junta de Castilla y León, as jornadas de informação contaram com a presença da Junta de Comunidades de Castilla-La Mancha, da Junta de Andalucía, da Fundação CBD-Habitat, da WWF Espanha, do LIFE Lynxconnect e da Fundação Artemisan.